13 junho 2007

Bons tempos aqueles...

De galho em galho, que nem macaco em busca de banana. O vai-e-vem dos clubes e jogadores do restrito mundo dos botões ganha um novo aliado: O patrocínio.

Com o modesto crescimento do esporte, algumas empresas começaram a ver a, até então, brincadeira do vovô com outros olhos. Já é normal avistar nossos nobres jogadores repletos de logotipos – que não são o do clube - em suas camisas tamanho extra largo.

A proposta às vezes é tão tentadora que a mudança de ares é inevitável. A Federação tem reclamado, e com razão. Agora estão com muito trabalho em suas mesas. Afinal, cadastrar todas as transferências de jogadores que cedem às regalias de uma “ajuda de custo” não é fácil. O que seria da instituição se não houvesse uma pequena taxa para auxiliar na mão de obra do escritório? O esporte correria risco de não existir mais, com certeza. Diversos jogadores estariam na fila de espera para conseguir um lugar nos bancos almofadados de clubes que oferecem conforto extra.

A época com maior fluxo de transferência é o começo do ano. Meados de janeiro, até o final de fevereiro. Enquanto a maratona de abertos e competições aquece os motores, os clubes aproveitam para mexer seus pauzinhos e fisgar alguns craques com uma leve recaída pelos benefícios de não ter que pagar para jogar, se estressar com o próprio carro quando quebra em uma viagem com os companheiros de clube, e por aí vai.

Mas, é aí que pergunto: Cadê aquele velho romantismo do esporte? A essência de ter orgulho de ser um esportista amador, que tem o dom de reunir os amigos e tomar aquela cervejinha depois do treino?

Estamos em extinção, definitivamente. O perfume do patrocínio está nos seduzindo de forma traiçoeira.


Cadê o vovô nessas horas para jogar uma partidinha do bom e velho botão?



Renê é estudante de jornalismo e coopera com o blog sempre que pode. Ele promete que vai tentar postar uma crônica por semana.

8 comentários:

Anônimo disse...

Caracas Renê... você está escrevendo como um jornalista! Parabéns! Quero dizer que postar um comentário no blog é muito difícil (não abre a janela - demora muitoooooo). Continue nos privilegiando com suas inteligentes crônicas! Paulão

Anônimo disse...

EXCELENTE!!!!!!!
Como tudo que vc escreve, aliás!!
Sou leitor compulsivo do blog, fiquem tranqüilos, pois estão sendo lidos sim!!!!
:-)
Melhor que aguardar comentários, talvez seja melhor colocar um "contador de acessos"... assim poderíamos saber exatamente a quantas anda a visitação.
Que tal?

Novamente agradeço a você e ao Cris, pois manter um blog nesses moldes é um trabalho de Hércules... O 13º!!
:-)

Grande abraço

do Amigo Jean

Cristiano Santos disse...

Rene, SENSACIONAL!!!! ABS, CRIS

Anônimo disse...

Noooooooossa...
da hora Renê...
o ideal seria que todo botonista pudesse ler esta crônica em especial, iria gerar muitos comentários e talvez algumas mudanças de postura...

abraços...

Arthur...

Anônimo disse...

Amigo Renê,
ou melhor, caro jornalista. Com satisfação li a matéria e só me resta parabenizá-lo. De conteúdo pragimático e ideológico você colocou uma verdade inconteste da mais dura realidade.

Brambilla

Anônimo disse...

boa iniciativa... que tal tentar uma integração com outros sites, para falar sobre este post??

abs,
Michelacci

Kenji disse...

Parem o mundo! eu quero descer, hahaha...

Parabéns René. Na verdade, para os mais atentos (como eu) e que acompanham seus passos desde a época do Tubarão Castro, seus comentários e artigos tão bem elaborados não são surpresa! Ótima crônica.

Kenji

Anônimo disse...

Sensacional Renê.
Parabéns e continue nessa linha inteligente de crônicas!
Só tenho uma reclamação: Você está com cara de louco na foto e isso deveras me amedronta. hahaha
abraço.